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Telefone suíço usado no Brasil tramou Duarte Lima
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Telefone suíço usado no Brasil tramou Duarte Lima
A Akoya Asset Management, para proteger a sua actividade, forneciaaos seus clientes telemóveis registados na Suíça, para poderem ludibriar as autoridades portuguesas e que não se pudesse identificar o negócio.
Este foi também o caso de Duarte Lima – que acabou por se denunciar quando, em Dezembro de 2009, seis dias antes do assassínio de Rosalina Ribeiro, no Brasil, e depois de esta o ter contactado para o seu telemóvel habitual, acabou por devolver a chamada para o telefone fixo da cliente, mas ligando através do número suíço fornecido por Canals.
Na véspera do crime, Lima voltou a usar esse telefone suíço no trajecto para a povoação de Saquarema (onde Rosalina viria a aparecer morta), tendo ligado para Marlete Oliveira, a sua secretária, com quem mantém uma relação amorosa.
Mandou desactivar telefone
Foi após a publicação de uma investigação no SOL, a 16 de Setembro último – dando conta de que a Polícia brasileira suspeitava que o crime fora premeditado por Duarte Lima e que este, para baralhar as autoridades, usara, durante os três dias em que permaneceu no Brasil, quatro telemóveis, entre os quais o suíço – que o advogado deu ordens a um dos elementos da rede de Canals para desactivar o cartão.
Duarte Lima vai agora ser constituído arguido por mais este caso da rede de branqueamento de dinheiro.
Recorde-se que, em Setembro de 2009, Rosalina Ribeiro partiu para o Brasil, para aí ser ouvida num processo em que a filha do falecido Lúcio Tomé Feteira a pretendia deserdar. Nessa altura, ainda não estaria ao corrente do resultado das cartas rogatórias que as autoridades portuguesas tinham enviado para outros países, nomeadamente para a Suíça, para apurar os movimentos bancários das suas contas e de Feteira.
Só no final desse mês é que as respostas às rogatórias foram abertas. E ficou então a saber-se que Rosalina, por sua iniciativa ou de outrem, tinha levantado, pouco depois da morte de Tomé Feteira, em 2001, cerca de 8 milhões de euros das contas conjuntas que detinha com o milionário, e que eram geridas por Canals.
Foi também este então director executivo do UBS quem criou outra conta para onde esse dinheiro foi canalizado – sendo que cerca de cinco milhões e meio de euros rumaram para uma conta de Duarte Lima, que também tinha Cannals como seu gestor. Dinheiro esse que o advogado e ex-líder parlamentar do PSD defende hoje ter-se destinado a liquidar os seus honorários.
Mas, segundo testemunhas no processo, Rosalina Ribeiro, na última viagem ao Rio de Janeiro, onde acabou por morrer, já perdera a confiança no seu advogado, pois este ter-lhe-ia pedido para assinar um documento em como não tinha ficado com aquela quantia (o que ela até aí recusara).
Foi ainda nesse mês que Cannals abandonou o UBS para formar a Akoya Management Asset, levando Duarte Lima como cliente. Um mês depois, a 12 de Outubro, Rosalina parecia não saber o que era feito do seu dinheiro nem do gestor – e, por fax, pediu ao UBS o extracto de uma das suas contas e a indicação do seu novo gestor.
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